segunda-feira, 1 de junho de 2009

Rugbiers de viagem: os segredos de uma fraternidade

A viagem de uma delegação de rugbiers pertence a uma espécie particular. Finalizada a gira nunca faltarão discursos emotivos que fará chorar ate o mais durão. As promessas de amizade eterna serão incríveis, muitos deixarão de se ver com freqüência, mas a amizade seguira vigente.
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As giras não podem se explicar pela taxa cambiária de uma moeda, e sim por manter seu espírito do rugby, explicação filosófica que os rugbiers consideram exclusiva de seu jogo. Ninguém que se ache jogador de rugby pode circular pela vida com a bagagem sem as muitas historias que surgem nas giras. Nenhum rugbier pode se privar dessa fonte de inspiração que permite com o tempo inventar outras historias, que ninguém terá a coragem de desmentir.
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A viagem começa com a proposta original e maluca de um treinador o um capitão, que, querendo consolidar a união do grupo, apresenta seu sonho aos jogadores. Estes, geralmente jovens e inexperientes, aderem ao projeto com muito entusiasmo, e, é aqui quando encontram o primeiro obstáculo na comissão diretiva do clube. A inadimplência de mensalidade da maioria dos jogadores, é um impedimento definitivo que demonstra a falta de amor pelo clube. A dura negativa da gente seria, se dissolve com a promessa de amor dos jovens, que afirmam que o amor pelo clube é infinito e que a união será eterna.
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O segundo passo, vem com o sofrimento de parentes, amigos, colegas de estúdio e de trabalho dos atletas, já que eles serão a fonte de financiamento da viagem. Rifas, publicidades, festas e outras formas de gerar recursos para que o time demonstre sua categoria em outro país.
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Sequer o nosso mais obscuro sentimento pode nos levar a desejar a nosso pior inimigo que seja o responsável da arrecadação de fundos. Só um sádico pode desejar a outro essa tarefa. O momento crucial da viagem é quando 1 mês antes da partida só temos dinheiro para que viage a metade dos jogadores.
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Só em uma reunião de pais na escola, ou em uma reunião de consórcio se pode escutar propostas tão absurdas e malucas como nas reuniões de emergência para decidir o futuro da viagem. Finalmente depois de quase cancelar a turnê, se decide que a viagem se faz igual e alguém bota mais dinheiro do que pensava ou firma uma divida impagável.
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Experimentar o padrão, receber a camiseta com o numero, gera uma sensação de grandeza. Se
bem que a viagem pode ser de veteranos ou adolescentes, o futuro viajante se sente um atleta olímpico, tem a certeza de que, quem os receberá, admirará sua cara bonita e sua cultura. A lenda diz que o uniforme é motivo de sedução assegurada, porém a realidade demonstra muitas vezes o contrario.
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As ansiedades da partida dão a característica emotiva de todo viagem. Qualquer que seja o destino escolhido dentro do grupo rapidamente vão se definir 3 subgrupos: os intelectuais, os culposos e os primatas.
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O grupo dos intelectuais são aqueles que de antemão procuram informações dos monumentos da cidade e obras de arte que vão visitar, geralmente levam boas maquinas fotográficas, guias turísticas e são os que querem treinar menos.
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Os culposos são os mais numerosos e se distinguem precisamente pela culpa que sentem por não valorizar tudo o que vêem. Finalizam cada saída cultural comprando besteiras e souvenires, que serão a prova absoluta dos lugares visitados.
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Finalmente temos o grupo dos primatas, que dedicarão suas horas em compras, mulheres e noitadasSe bem em muitos casos não seja consciente, a vivência dessas 3 atividades, enriquecerão seu conhecimento, pois os códigos comerciais, sexuais e noturnos serão sempre diferentes em cada latitude.
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Geralmente os clubes anfitriões falam outra língua na qual somente poderá ter uma boa comunicação os que falam um inglês básico. Os dirigentes receberão um trato preferencial, os jogadores depois de ter jogado com um patriotismo inimaginável, confraternizarão com os jogadores nativos em uma linguagem de cerveja (geralmente morna) e de canções que o rival receberá com sorrisos e sem entender nada.
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A última noite da gira será uma cena intima aonde não faltará um discurso emotivo que fará chorara mais de um. As promessas de amizade eterna serão comuns, e, muitos se deixarão de ver por um bom tempo, mas, essa amizade é verdadeira e eterna, um companheiro de gira será sempre testemunha de uma experiência inesquecível. Passarão os anos e todos se lembrarão dessa gira, porque foi a primeira, chegarão outras e serão muito boas, mas, essa primeira ficará no coração de todos.
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