sábado, 19 de dezembro de 2009

E o Ano Chega ao Fim!

As festas de final de ano chegaram. É sinal de que mais um ano vai terminando. O ano de 2009 transcorreu de forma muito especial para todos que compõem o Galícia Rugby Clube. Em seu primeiro ano, a equipe saiu da incerteza de ter que treinar em um canteiro central da paralela para ser acolhida por um clube tradicional de Salvador, com o seu próprio campo e torcida. Levar o nome de uma instituição deste porte era muita responsabilidade para pessoas que engatinham em um esporte ainda novo em nossa querida terra, porém, pelos princípios do próprio esporte, os mesmos não poderiam fugir ao desafio.

Ainda no início do ano, a primeira boa notícia. Universitários de Harvard em excursão esportiva ao país tinham a intenção de conhecer os encantos de Salvador. Para isso, contataram os representantes do rugby baiano para recebê-los em uma partida amistosa. O Galícia recebeu os irmãos da Harvard Business School ainda em março para uma excelente partida de rugby. Duríssima, porém, leal ao extremo. A dedicação dos dois lados era evidente. A vitória por 12 x 0 dos baianos fechou com chave de ouro uma semana de muita agitação na mídia esportiva. Agitação esta em virtude da fama de um dos maiores centros universitários do mundo.

Praticamente concomitante a esta conquista, veio o primeiro “baque”. A “Federação Baiana de Rugby” fora criada às costas da Associação já existente, num triste episódio de má fé. Nada pior do que confiar e ser apunhalado pelas costas, mas, o tempo sempre se encarrega de curar as feridas e castigar a quem realmente merece. O problema não foi a sua criação em si, mas, a forma como foi feita e em quem esta ficou personificada.

Veio então a reunião com o Sr. Aluísio Dutra (Presidente da ABR) e com ela surgia a idéia do Nordestão em 3 etapas (Bahia, Pernambuco e alagoas). A primeira seria em Camaçari, organizada pela recém criada FBR. O Galícia foi soberano nos jogos que ocorreram saindo vencedor desta primeira etapa, na qual, a equipe que representaria os organizadores não entrou em campo para enfrentá-lo.

Após esta primeira etapa, os granadeiros partiram para o ponto alto do seu 1º ano. A equipe partiu com destino à Argentina, Paraguai e Curitiba, visando adquirir experiência e conhecimento sobre o espírito do rugby e seus princípios. Não há palavras para exprimir a sensação de estar com 20 amigos, reunidos tal qual uma família, dividindo momentos de alegria, apreensão, problemas e suas soluções. Dividir os quartos, os pratos, as sensações de viver uma nova experiência em novas terras. Comer, beber e respirar RUGBY.

Jogamos no Paraguai em um campo enlameado, com a bola escorregadia, num jogo truncado em que a sensação da vitória nos acompanhou por quase todo o jogo e nos abandonou no último minuto. Não vencemos por muito pouco... pela experiência do adversário e seu volume de jogo e pela nossa própria inexperiência em saber administrar o resultado. Porém, até aquele momento ninguém sabia quem éramos nós, o que era o Galícia e nem do que ele seria capaz. Até nós mesmos, de certa forma, desconhecíamos o nosso potencial. Naquele momento, descobrimos quem éramos e até onde poderíamos ir. Foi gratificante ver paraguaios e argentinos espantados, afinal, os baianos sabiam realmente jogar rugby.

Depois de merecidos descansos, passeios, saídas e, finalmente, treinos, veio o jogo mais esperado. Enfrentamos os argentinos do Cataratas. Um representante do país do rugby nas Américas e que havia nos recebido de forma fantástica. Após uma noite de chuva intensa, o campo permanecia impecável. Jogamos, batalhamos, não desistimos até o fim. Estivemos na frente do placar na maior parte do jogo, porém, os argentinos sempre foram superiores. O volume de jogo e a continuidade imprimida pelos mesmos não pôde ser acompanhada. Novamente fomos derrotados, porém, de cabeça erguida. O terceiro tempo que seguiu foi indescritível. Jantar de primeira... acho que mataram um boi só pra gente. A noite continuou em um bar e terminou em uma boite. Não há como negar que a gira foi muito bem escolhida.

Problemas surgiram e na mesma medida foram contornados. Partimos rumo a Curitiba para fazer nosso último jogo da excursão. Novamente, um campo muito enlameado e pesado. Foi o nosso pior jogo na gira, porém, muito melhor do que quando havíamos enfrentado os mesmos curitibanos cerca de um ano antes em Salvador. Retornamos a Salvador com a sensação de missão cumprida. Divertimos-nos, nos conhecemos, fizemos novos amigos, aprendemos a jogar e, principalmente, aprendemos sobre o rugby e ganhamos respeito.

Na volta para a realidade havia duas viagens. A primeira com destino a Recife de onde saímos invictos. Num jogo épico, em que o silêncio imperava em campo e nas arquibancadas o resultado de 0x0 entre Galícia e Potiguares deu o título desta etapa ao time oriundo de Natal pelo saldo de tries... Nada que tirasse a alegria dos galicianos que se mantinham invictos no Nordeste e em 1º na classificação geral do Nordestão.

Faltava a última etapa do Nordestão. A viagem a Maceió transcorreu de forma tranqüila. No mesmo final de semana em que fora anunciada a volta do rugby aos jogos olímpicos no Rio em 2016, logo em nosso primeiro jogo, vencemos os Cães da Areia e tivemos o primeiro try transmitido ao vivo pela globo em rede nacional. Foi só o presságio do título que viria. Pois veio e foi muito comemorado. Vale ressaltar que nesta etapa, o embrião do time feminino do Galícia apareceu. Aninha e Isa participaram desta etapa como convidadas do time do Recife. Esse time ainda vai crescer e dar trabalho.

Para finalizar o ano, porque não participar da maior competição de 7-a-side do país? Com muito pouco treino, o Galícia partiu com uma delegação retalhada para São Paulo, onde jogou. Com muitos desfalques e sem entrosamento, o primeiro dia foi desastroso. Derrota na estréia, derrota para os donos da casa e derrota no tempo extra em um jogo que estava nas mãos. Felizmente, o entrosamento foi evoluindo com os jogos e no segundo dia o Galícia pôde salvar a sua imagem com duas vitórias. A segunda, de virada após terminar o 1º tempo perdendo por 1x0 teve um sabor especial.

2009 foi um ano muito bom. Em seu primeiro ano, o Galícia surgiu, cresceu, venceu, adquiriu respeito e passou a ser conhecido no cenário do rugby nacional, e, porque não, internacional. 2010 promete ser um ano ainda melhor, com novas conquistas, amistosos em nossa casa, giras, torneios, etc. Vamos cumprir com as nossas obrigações com o clube e nos dedicar cada vez mais aos treinos. Com o treino traremos em nossa bagagens além das histórias, vitórias.

Fazer o nosso clube cada vez maior só depende de nós.

Um bom final de ano e abraços a todos.

Agradecimentos a todos que fazem parte deste clube, a Pilly, Dudu, Vitão, Marcão, Jorge, George(PE), Erik(PR), por encararem nossas aventuras e especiais a Martin, por ser a fonte de nossos sonhos, a Jonca e Handoff por facilitarem que eles se tornem realidade e a todos que contribuem com o nosso crescimento, seja este técnico, financeiro ou clubistico.

5 comentários:

  1. Eu como torcedora do Rugby Nordestino desde que conheci este esporte lindo venho acompanhando a jornada destes guerreiros: Shaka, Trator, Handoff, Dragão, Martin, Jonca, Jurandir e Dirlan... Fico muito feliz com os resultados que obtiveram ao longo do ano e da estrutura que conseguiram.

    Pra mim foi um enorme prazer dividir turma de Coaching com Martin (que é um dos mais experientes do Nordeste) e com Handoff.

    Conviver com vocês e ver suas conquistas é realmente algo motivador e serve como estímulo para as coisas que pretendo construir na minha vida no Rugby.

    Um grande abraço para todos vocês!

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  2. Um grande estímulo não é aparecer ao vivo em rede nacional, ganhar titulos, fazer viagens... O maior estímulo para mim como rugbier é ter irmãos não somente dentro de campo, mas, principalmente, fora dele.

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  3. Conheci o Rugby em Buenos Aires através do Liceo Militar e fiquei encantada!
    Ao chegar, descobri que existia o Galícia, e já virei fã!!!
    Já faço parte dessa maravilhosa família unida, destemida e com ganas de vencer!
    Parabéns!!! Muitaaa garra em 2010!

    Ps: Yo quiero mirar Galícia X Liceo Militar

    Abraços,

    Lilica (Fã nº1 do Galícia)

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  4. Cabe resaltar la excelente dirección por parte de noso presidente Victor Brandao que junto con una cualificada directiva,ayudo a que cada um de nós,pudiera cumplir el sueño de jugar rugby como realmente debería ser.
    Obrigado por todo

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  5. Agradeco por fazer parte dessa familia! Que sua maior virtude é a uniao de todos, sao irmao e estao em meu coracao e os carrego em minhas lembrancas. Cada try, cada tackle, cada jogada, cada ponto, dedico a essa Irmandade!
    Fiquem com Deus e continuem treinando forte!
    Abracao
    Marcao

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